[RESENHA] HEIDI - A MENINA DOS ALPES, DE JOHANNA SPYRI

segunda-feira, 13 de março de 2017
LIVRO: HEIDI - A MENINA DOS ALPES (vol.1)
AUTORA: JOHANNA SPYRI
EDITORA: AUTÊNTICA
NÚMERO DE PÁGINAS: 157
LANÇAMENTO: 1881 | EDIÇÃO AUTÊNTICA: 2016
GÊNERO: LITERATURA INFANTIL

Este livro foi cortesia da editora devido à parceria com o  evento Aliança de Blogueiros -RJ.

“A Heidi foi uma das minhas primeiras amigas do mundo dos livros, por isso foi uma delícia reler agora e matar a saudade. Pude relembrar todos os sentimentos que o livro despertou em mim...
 - Paula Pimenta

Johanna Spyri, autora da obra, nasceu em 1827, na zona rural da Suíça. Era filha de um médico e tinha cinco irmãos.  Estudou música e línguas estrangeiras em Zurique, também Suíça. Em 1852, casou-se com o advogado Bernhard Spyri. Johanna escreveu obras de literatura infantil e juvenil de tons didáticos e religiosos. Seu maior sucesso é Heidi, que se tornou um clássico da literatura infantil universal. E, hoje, nós iremos falar sobre esse grande clássico alemão.

Heidi e seu avô em ilustração de 1922.
 Jessie Willcox Smith (1863-1935).
Heidi, na verdade, é o apelido de Adelheid (Adelaide em português); a garota possui o mesmo nome de batismo de sua falecida mãe. A vida da menina de cinco anos muda quado sua tia Dete,que até então cuidava dela, precisa deixar o vilarejo de Maienfield, na Suíça, para trabalhar em Frankfurt, Alemanha. Com isso, a pequena Heidi acaba sendo deixada sob os cuidados do seu avô, um velho não muito simpático, que vive nos alpes suíços.  A partir disso, Heidi conhece um outro estilo de vida e faz amizade com Pedro, um pastor de cabras.

Logo de cara, Heidi já consegue amolecer e conquistar o coração do avô, e de todos da região, aliás. A doçura da garota faz com que todos tenham compaixão por ela. Como a maioria não gostava de seu avô, muitos se perguntavam como a menina ainda estava viva sob os cuidados do velho antipático. 

Como vimos na pequena biografia de Johanna, sabemos que a autora costumava escrever livros de cunho didático e religioso. Eu não considero Heidi um livro 100% religioso, mas é praticamente impossível não perceber a influência que a autora deseja passar em sua própria obra. Sobre fé, nesse caso. Mais especificamente, a fé cristã.

Essas pessoas da aldeia, no geral, não gostavam do velho pelo simples fato dele não frequentar a igreja local. Também há um boato de que ele havia matado alguém quando alistado no exercito, porém, apenas um boato, e antigo, aliás. O que realmente prevalecia na cabeça daqueles moradores era a falta de fé do velho Tio dos Alpes, como ele é conhecido. E quem não tinha fé em Deus, era imoral. Uma realidade daquela época no contexto em que Heidi foi escrito.

Durante o tempo em que viveu nos alpes, a menina também se apegou muito a sua vovó, que nem enxergava mais de tão velha. A relação entre as duas personagens é um dos pontos mais altos (e fofos) do livro.

Heidi nos alpes em ilustração de 1923 do sueco Gustaf Tenggren (1896-1970)
Depois, para a tristeza de Heidi, a tia Dete volta de Frankfurt para buscá-la da casa de seu avô. Na Alemanha, a garota conhece Clara, uma menina que vive em uma cadeira de rodas e que precisa de companhia. A amizade acaba acontecendo, mesmo com tantas coisas diferentes entre as duas; Clara tem 12, enquanto Heidi tem apenas 8; Clara foi criada na cidade, é socioeconomicamente muito favorecida; Já Heidi, pobre e humilde, cresceu nas montanhas, entre cabras e muito verde. 

Heidi, apesar do esforço, não se adapta tão bem à vida nova. Essa fase do livro é a mais divertida, pois, apesar da tristeza da protagonista, as situações causadas por ela resultam em cenas engraçadas, dignas de um filme de comédia para crianças. 

Com a falta do ar puro do campo, da vida das montanhas, dos animais, Heidi acaba ficando muito triste. A menina chega até a subir no alto de uma igreja só para poder apreciar a vista de Frankfurt, à procura de algo verde, algo que ela estava acostumada quando morava nos alpes. Porém, acaba não servindo de nada; a vista é decepcionante,e nem se compara ao ar puro de sua antiga casa. 

Entre a saudade dos avós, confusões na mansão de Clara e aparições fantasmagóricas, Heidi - a menina dos Alpes conseguiu me fazer chorar em seu desfecho cheio de esperança, fé e doçura. 

Heidi é sobre isso, afinal. Sobre acreditar no impossível e ter fé mesmo quando a situação não está favorável. No caso da menina, sair de Frankfurt e voltar para os alpes. 

É um livro para quem acredita em milagres. Um livro para quem acredita que pessoas podem mudar. Um livro que fala sobre aprender a respeitar as diferenças; sobre aprender coisas novas com pessoas novas.

 Um clássico infantil memorável, que já provou a sua imortalidade ao virar anime, série, desenhos e filmes...
 Um livro para crianças e para quem gosta de crianças.

Nota: 5/5.








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