AUTOR: HARLAN COBEN
EDITORA: ARQUEIRO
NÚMERO DE PÁGINAS: 270
LANÇAMENTO: 2016
GÊNERO: POLICIAL
Este livro foi cortesia da editora devido à parceria com o evento Aliança de Blogueiros -RJ.Temos aqui mais um livro (o sétimo!) da série de Myron Bolitar, um personagem do autor Harlan Coben. Você não precisa ler o primeiro e o segundo para ler o terceiro, são todos independentes (ufa). A única coisa em comum entre eles é o Myron como protagonista, o que é incrível, já que ele é um personagem fantástico. Ele não é nem herói, nem vilão. Ele é totalmente humano, e, como a maioria de nós, às vezes, Myron acaba passando por cima dos próprios princípios para conseguir o que quer. É como se fosse um anti-herói (ou quase isso). E aqui, em "O medo mais profundo", nós vamos acompanhar exatamente isso. Na parte inferior direita da capa há a frase "Do que você seria capaz para salvar seu filho?". Pois bem, é sobre isso que o livro se trata.
Falando rapidamente sobre o passado que molda a história, Myron é um ex-jogador de basquete que se tornou um agente esportivo (e detetive vez ou outra). Logo de cara, o personagem encara o retorno de uma ex-namorada (sua primeira) de sua época da faculdade, Emily Downing, que terminou com ele de forma dolorosa, trocando-o por seu maior adversário no basquete daquela época, Greg.
Ela volta para pedir ajuda: seu filho de 13 anos, Jeremy, está morrendo e precisa de um transplante de medula óssea. A segunda revelação é ainda pior: Myron é o pai do garoto, uma consequência da última noite que passaram juntos.
A partir daí, o livro entra em uma investigação, uma série de mistérios que vamos desvendando conforme a narrativa brilhante de Harlan avança. Quanto mais o livro avança, mais mistérios surgem! O título de "O mestre das noites em claro" não é dado ao autor por acaso; fiquei preso ao livro o tempo todo durante a rápida leitura.
"-Qual é o seu medo mais profundo? - sussurra a voz - Feche os olhos e imagine. Você consegue visualizar? A agonia mais terrível?
Após uma longa pausa, digo:
- Sim.
- Ótimo. Agora imagine algo mais terrível..."
Trecho: O medo mais profundo.
Myron acaba descobrindo, através da médica de Jeremy, que há um doador compatível com o garoto, mas o homem simplesmente desapareceu. A solução parecia simples: achar o doador e convencê-lo a doar sua medula, mas as coisas se complicam quando Myron, com a ajuda de Esperanza, descobre que o tal doador é um verdeiro fantasma - não possui cadastro social, contas, absolutamente nada. Alguém sem passado! Hmmm...
Depois, a partir desse nome, Myron é levado a uma família poderosa e misteriosa, ao FBI, se mete com um ex-jornalista mentiroso e um suposto serial killer. É, pois é. Fica realmente difícil de largar esse livro e parar de roer as unhas durante a leitura...
"Havia uma verdade universal: as mentiras corrompem. Tentamos afastá-las. Colocá-las numa caixa e enterrá-las. Mas elas acabam saindo de seus caixões e túmulos. Podem dormir durante anos. Só que sempre acordam. E, quando o fazem, estão mais descansadas, mais fortes e insidiosas. As mentiras matam."
Emily faz bem o papel de mãe desesperada, mas nada muito além. Na verdade, Harlan até tenta colocar uma dúvida na cabeça do leitor sobre a veracidade das palavras de Emily em alguns momentos, mas admito que isso não colou muito comigo. Caso ela não estivesse falando a verdade, o livro certamente teria outro tom nos momentos finais, e um desfecho completamente diferente... Não sei se ficaria bom.
Há um diálogo extremamente interessante no capítulo 22, enquanto Myron ainda está atrás de quem é esse tal doador fantasma. Ele vai atrás de Peggy Joyce, uma possível ex-professora do doador desaparecido de Jeremy. Depois desse capítulo, eu pensei, "Okay, já valeu a leitura. Sério mesmo''.
"-As crianças são totalmente id. Talvez sejam as criaturas mais naturalmente malvadas da face da terra.
-Que opinião mais estranha para uma professora.
-É só uma opinião honesta.
-Qual palavra a senhora usaria então?
Peggy refletiu.
-Sob pressão, eu diria "inacabado''. Ou, talvez, "rudimentar". Como uma fotografia que ainda não foi revelada. O senhor se lembra daquele livro Tudo que eu devia saber aprendi no jardim de infância?
-Sim.
- Isso é verdade, mas não da forma que o senhor imagina. A escola tira as crianças do casulo materno afetuoso. Ensina-lhes a intimidarem ou a serem intimidadas. A serem más umas com as outras, e que mãe e papai mentiram quando diziam que elas eram especiais e únicas.
Myron ficou em silêncio.
-O senhor não concorda?
-Não sou professor de pré-escola.
-Não tire o corpo fora, Sr. Bolitar. Elas aprendem a socializar. É uma lição difícil. E, como todas as lições difíceis, é preciso errar para acertar.
-Em outras palavras, elas aprendem a ter limites?
-Sim.
-Interessante. E talvez verdadeiro. Mas o senhor se lembra do exemplo que dei, de uma fotografia sendo revelada?
-Sim.
-A escola só revela a foto. Não a tira.
Trecho: Capítulo 22.
O medo mais profundo é um livro ágil e inteligente, sem enrolações e surpreendente. No final, quando tudo é aparentemente resolvido, eu até cheguei a pensar "ué, então é só isso?", porém, algumas páginas depois eu acabei entendendo tudo e
Simplesmente brilhante. Você vai rir, rir muito, roer as unhas, ficar boquiaberto, e ainda vai passar algumas horas pensando no livro enquanto almoça, estuda ou trabalha.
E ainda vai querer mais.
Nota: 5/5
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